Pontes unem territórios separados. Quando uma ponte é
construída, as dificuldades são superadas. O impossível torna-se possível e o
que era distante se torna próximo. A travessia sempre é feita com segurança
quando uma ponte se encontra em um bom estado de conservação. Muitos acidentes
já ocorreram devido ao mal estado de conservação de muitas pontes que ficaram
velhas e se terioraram pela falta de cuidados.
Quando uma ponte é construída, faz-se necessário uma
conservação periódica; caso contrário, o tempo irá desgastar o que foi
construído para durar uma vida toda. Nos processos humanos de relacionamento,
as pontes são necessárias, pois elas unem pessoas, aproximam o distante e as
dificuldades se tornam mais fáceis de serem superadas.
Infelizmente, muitos tem se tornado, ao longo da vida,
engenheiros na arte de construir muros. Separaram-se da vida e das pessoas,
vivem isolados nos labirintos do isolamento que construíram para si mesmos.
Muitos estão separados de seus familiares por uma desavença que nunca foi
perdoada. Construíram um muro de rancor e de falta de perdão. Destruir este
muro para muitos seria como perderem uma falsa segurança construída no ódio e
no desejo de serem os donos da verdade.
Somente o amor pode construir uma ponte, na qual Deus é o
alicerce. Contudo, nem sempre é fácil construir uma ponte que nos devolva os
laços perdidos em tempos de outrora. Sempre será necessário um elemento fundamental
nesta construção. A humildade é característica das pessoas que olham para as
dificuldades e se reconhecem pecadoras e limitadas. Humilde é aquele que
aprende com a vida e se torna, a cada dia, uma pessoa nova. Quem não aprender a
ser humilde passará a vida fazendo das relações humanas um muro que irá lhe
impedir de ver o sol de novas possibilidades.
Jesus não se contentou em anunciar a Boa Nova do Reino
apenas para aqueles que estavam ao seu lado. Ele fez da vida uma ponte que o
levava aos territórios pagãos, onde muitos se encontravam sem sentido. O amor
de Cristo fez da vida uma ponte de novas esperanças. Muitos que se encontravam
distantes de Deus tiveram a dignidade da vida restabelecida e puderam sentir,
na alma, a ternura de um Deus que os acolhia incondicionalmente. Diante da
divindade do Messias, atravessaram a ponte do amor e puderam receber o abraço
que lhes anunciava uma nova vida.
O perdão que Jesus concedia sempre foi uma ponte que ligava
o território do pecado ao tempo de uma vida nova. O muro que separava as
pessoas impuras do amor de Deus foi destruído quando Cristo olhou além das
aparências e amou profundamente aqueles que já estavam presos em labirintos que
haviam construído em muitos corações.
Quando aprendemos a olhar com compaixão para cada irmão e
irmã, descobrimos que um tempo novo sempre recomeça e, assim, estabelecemos
laços de paz e amor que duram por toda a eternidade.
É o Espírito Santo que conserva as pontes que criamos. Ele
restaura pontes velhas e as faz totalmente novas para que muitos outros possam
chegar ao nosso coração e, assim também, possamos chegar com segurança a muitos
outros corações. Um muro começa a ser destruído quando o amor de Deus começa
verdadeiramente a ser matéria-prima para as nossas construções de um tempo novo
anunciado por Jesus Cristo.
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