O Ano da Fé nos introduz num campo muito interior do nosso
eu. Dar crédito, sobretudo no âmbito religioso, é aninhar no centro do coração proposições impossíveis
de verificar pela experiência cotidiana. (P. ex. que Jesus é o Filho de Deus).
São acolhidas em plena liberdade, pois a inteligência reconhece a razoabilidade
dos artigos em questão.
Nós cristãos, mesmo em temas de grande importância, podemos
ter uma grande margem de opiniões, que não exigem adesões de fé. Por exemplo,
nós devemos ter firme fé que Jesus ressuscitou. Mas temos um largo campo de
opiniões, para explicar como se realizou tal fenômeno.
Aceitar Jesus Cristo é o ponto fulcral, que o Espírito nos
concede. Por tal graça, aceitamos na paz tranqüila da alma, as verdades que a
mãe Igreja propõe a seus filhos. No Credo nós não criamos uma lista de
verdades, segundo o nosso desejo pessoal. Mas aceitamos, de coração, tudo
aquilo que a comunidade católica professa em público. São Paulo preceitua que
entre nós deve haver “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef. 4,5). Não é
possível livrar o coração de dúvidas. Nas verdades essenciais devemos
aplicar-nos a um diligente estudo, para reduzir ao mínimo nossas vacilações
interiores.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, foram elaborados
“símbolos” da fé. Estes não contém a totalidade de tudo o que devemos crer. Mas
nos levam a ter um coração dócil, para ultrapassar caprichos, e deixar de
afagar opiniões de pura auto-afirmação. Não caiamos na teimosia de cultivar
artigos de fé inexistentes, ou de rechaçar verdades eternas. Isso poderia nos
levar a cair na repreensão do salmista que diz: “Para os ímpios não há
conversão” (Sl. 119,155).
Mas professemos de coração o que proclamamos no credo:
“Creio na Santa Igreja Católica”. Entretanto devemos saber fazer uma distinção.
No símbolo da fé não manifestamos crença em coisas. Cremos só em pessoas. E
como fica então isso de crer na Igreja? É que no Credo, antes de manifestar a
nossa firme caminhada com a Igreja de Cristo, nós exclamamos “creio no Espírito
Santo”. É Nele que nós cremos quando dirige a Igreja Católica, quando
estabelece a comunhão entre os Santos, quando nos garante participar da vida
eterna.
Fonte: www.cancaonova.com
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